A Diretora do Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo, Drª Helena Gonçalves, na mesa com o Dr. Horácio Lourenço da Escola Artística e Profissional Árvore, Drª Maria Paula Paixão da FPCE/Universidade de Coimbra e José Luis Presa Presidente da mesa e do Conselho Nacional da Educação, constituindo o 2º painel de intervenção no Seminário.
No 1º painel tinham feito a sua intervenção o Dr. Valter Lemos da ESE/Instituto Politécnico de Castelo Branco, o Dr. António Figueiredo da Quaternaire Portugal, Dr. Gonçalo Silva Presidente da Mesa e ainda o Diretor da Escola Secundária Alves Martins Dr. Adelino Azevedo Pinto e o Presidente do Conselho Nacional de Educação Dr. David Justino.
Resumo da apresentação da Ex.ma Senhora Diretora, Helena Gonçalves.
Diferenciar trajetos: um desafio
De uma escolaridade obrigatória de 9 anos instituída pela LBSE de 1986, nem sempre efetivada, passou-se, já no séc. XXI para uma escola de 12 anos. Todos entram no ensino regular com 6 anos mas, a partir daí, nem todos se mantêm no ano correspondente à sua idade nem chegam a um destino que se deseja comum. Desta constatação emerge a ideia de que o alargamento e universalização da escolaridade obrigatória aliada a uma LBSE humanista, universal e idealista não significaram a democratização do sucesso escolar, colocando em causa a qualidade e equidade do sistema educativo.
A consciencialização de que a escola, pensada num tempo em que as desigualdades sociais lhe eram exteriores, não está a fazer aprender todos os filhos de uma sociedade portadora de singularidades sociais culturais e económicas, implicou a oferta de novos percursos formativos, visando proporcionar vias alternativas de cumprimento da escolaridade obrigatória. Com uma matriz curricular que suaviza a vertente teórica e se enriquece com uma vertente prática muito ligada ao mundo do trabalho, estes percursos formativos tentam dar uma resposta, a mais adequada possível, às expectativas, talentos e modos de aprender de cada um.
Tal facto, para além de representar a projeção de uma carreira profissional credível, tem vindo a contribuir para uma significativa melhoraria dos indicadores de eficácia do sistema de ensino. Todavia, este cenário positivo ainda não significa que todos adquirem as aprendizagens e competências consideradas essenciais, dado que alguns alunos continuam sem encontrar um rumo na escola.
É neste enquadramento que se aborda a questão de como e quando diferenciar trajetos formativos. Tendo em conta que estão em causa alunos que não se enquadram em modelos rígidos, a resposta a esta questão situa-se algures entre a necessidade de se garantir que todos percorram um certo caminho comum do qual constam as competências que irão precisar (Roldão, 1999) e a necessidade de, o mais precocemente possível, se atalhar o insucesso, julga-se ser mais prudente não se predefinir uma data comum, idealmente aplicável, para diferenciar currículos.
Importa que se identifiquem as causas subjacentes ao insucesso, disciplinares, cognitivas, afetivas e, a partir daí, decidir e construir o percurso e o perfil de formação, valorizando as competências sociais e vocacionais, com vista ao seu sucesso e integração na vida ativa.